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terça-feira, 30 de junho de 2009

Alimentação e o Câncer de Mama


Câncer de Mama


Saúde & Qualidade de Vida

O câncer de mama é a malignidade mais comum em mulheres no mundo inteiro. Embora o prognóstico seja otimista para a maioria das mulheres diagnosticadas no estágio inicial da doença, o diagnóstico tem profundo impacto psicossocial nos pacientes e em seus familiares. Os tumores surgem devido a mutações genéticas, espontâneas ou induzidas por agentes patogênicos cujo esses, podem ser atenuados com simples mudanças no cotidiano.

As células cujo material genético foi alterado passam a receber instruções erradas para as suas atividades. As alterações podem ocorrer em genes especiais, denominados protooncogenes, que a princípio são inativos em células normais. Quando ativados, os protooncogenes transformam-se em oncogenes, responsáveis pela malignização (cancerização) das células normais. Essas células diferentes são denominadas cancerosas.

Essa mudança é relativamente rara antes dos 35 anos de idade, mas acima desta faixa etária sua incidência cresce rápida e progressivamente.


ESTATÍSTICAS DA DOENÇA

As estatísticas indicam o aumento de sua freqüência tantos nos países desenvolvidos quanto nos países em desenvolvimento. Nos Estados Unidos, a Sociedade Americana de Cancerologia indica que, uma em cada 10 mulheres, tem a probabilidade de desenvolver um câncer de mama durante a sua vida. Em alguns países ocupa o primeiro lugar nas estatísticas atingindo até 10% da população feminina adulta

O Brasil já é considerado um dos países com maior incidência de câncer de mama sendo esta doença a segunda causa de morte no país entre as mulheres.

Apesar de ser um fato desconhecido pela maioria, atinge também os homens e sua freqüência vem aumentando do mesmo modo, sendo em geral diagnosticado mais tardiamente e com evolução mais grave do que nas mulheres.

ALIMENTAÇÃO DO BRASILEIRO x CÂNCER

No Brasil, observa-se que os tipos de câncer que se relacionam aos hábitos alimentares estão entre as seis primeiras causas de mortalidade por câncer. O perfil de consumo de alimentos que contêm fatores de proteção está abaixo do recomendado em diversas regiões do país. O consumo de gorduras é elevado nas regiões Sul, Sudeste e Centro - Oeste, onde ocorrem as maiores incidências de câncer de mama no país.

Entre os jovens, é comum a preferência por alimentos como lanches, embutidos, frituras e doces concentrados que incluem a maioria dos fatores de risco alimentares abaixo relacionados e que praticamente não apresentam nenhum fator protetor. Essa tendência se observa não só nos hábitos alimentares das classes sociais elevadas, mas também nas menos favorecidas. Igualmente nesse grupo, o consumo de alimentos ricos em fatores de proteção, tais como frutas, verduras, legumes e cereais, é baixo.

FATORES DE RISCO

A etiologia do câncer de mama envolve uma interação de diversos fatores de risco, o que dificulta um estudo mais adequado, pela dificuldade em se isolar um único fator e calcular sua verdadeira contribuição. Os fatores de risco podem ser de caráter:

Endógeno: idade, história familiar e reprodutiva e doença benigna prévia

Exógenos: à dieta, o consumo de álcool, exposição à radiação ionizante e a inseticidas organoclorados.

FATORES DE PROTEÇÃO

Algumas mudanças nos nossos hábitos alimentares podem nos ajudar a reduzir os riscos de desenvolvermos câncer. A adoção de simples regras para uma alimentação saudável contribui não só para a prevenção do câncer, mas também de doenças cardíacas, obesidade e outras enfermidades crônicas como diabetes.

ALIMENTAÇÃO PREVENTIVA:

Fitoestrogênio e câncer de mama

Fitoestrogênio é um grupo de substâncias encontrado nas plantas. Essas substâncias agem como versão mais fraca do estrogênio humano ou o hormônio sexual que controla o ciclo reprodutivo.



Mulheres que são expostas a altos níveis de estrogênio por toda a vida podem ter um risco maior de contrair o câncer de mama. Esses fitoestrogênios funcionam como antagonistas parciais do estrogênio, limitando assim o efeito potencialmente prejudicial do estrogênio humano em certas fases da vida. Por exemplo, câncer de mama é ligeiramente mais comum entre a mulheres que menstruaram mais cedo, tiveram a menopausa tardiamente ou que nunca tiveram filhos.



Durante a vida, todas essas condições podem aumentar a exposição da mulher ao estrogênio. Esta descoberta levou os cientistas a questionar outras condições que podem aumentar ou diminuir a exposição da mulher ao estrogênio.


O fitoestrogênio provavelmente atua em diversas maneiras para reduzir o câncer de mama:
Interfere em enzimas que são importantes para o crescimento do câncer e aumentam a produção de hormônios que restringem o nível de estrogênio no sangue.


Pode reduzir o tempo de exposição ao estrogênio aumentando o ciclo menstrual. Mulheres asiáticas e mulheres ocidentais em pré-menopausa alimentadas com dieta baseada em alimentos de soja tiveram maior ciclo menstrual. Maior ciclo menstrual, em toda a vida significa menor exposição ao estrogênio, no total.


Alimentos como: grãos integrais, ervilhas, feijão, vegetais, frutas, cereais e sementes contêm fitoestrogênio. Soja e derivados de soja como tofu são uns dos alimentos mais ricos desse nutriente. Comer alimentos que contêm fitoestrogênio pode contribuir de certa forma, para a redução do risco de câncer de mama.


Flavonóides


Os flavonóides são os principais pigmentos que dão cor aos alimentos como frutas e vegetais. Segundo os alguns estudos de laboratório, certos flavonóides interrompem ou retardam o crescimento de células malignas e também ajudam proteger contra substâncias cancerígenas.
Veja os alimentos fontes dos flavonóides abaixos na tabela.


Compostos Flavonóides e ácidos fenólicos - Fontes alimentares
Catequinas - Chás, uvas e vinho tinto
Flavonas e Flavononas - Frutas cítricas
Flavonoles - Cebola ,azeitonas ,chás ,maçãs e vinho
Antocianinas e Antocianidinas - Cerejas, morangos, uvas, frutas coloridas
Ácido cafeico e outros - Uvas, vinhos, azeitonas, café, maçãs, tomates, ameixas, e cerejas.

Carotenóides

Os carotenóides são responsáveis pelo tipo de coloração alaranjada ou amarelada das frutas. Eles tem um papel importante em diversas reações biológicas como: o aumento da resposta imunológica , aumento da diferenciação celular, inibição da proliferação celular e etc.
Em especial o beta-caroteno é capaz de proteger o DNA contra oxidação.

Veja na tabel abaixo os alimentos que possuem carotenóides e os tipos existentes deles.

Compostos Carotenóides - Fontes alimentares


Alfa e betacaroteno - Buriti, vegetais verdes folhudos, manga, cenoura, batatas, manga, etc.
Licopeno - Pitanga, tomate, mamão e goiaba
Zeaxantina - Vegetais verdes folhudos, piqui, milho em lata, nectarina, pêssego
Criptoxantina - Cajá, mamão papaia, nectarina, pêssego, piqui
Luteína - Abóbora, abóbrinha, vegetais verdes folhudos, pimenta etc.

Fibras

As fibras, apesar de não serem digeridas pelo organismo, ajudam a reduzir a formação de substâncias cancerígenas no intestino grosso e a diminuir a absorção de gorduras.

Ingerir mais fibras pode ser também considerado um fator de proteção, já que a fibra prende o estrogênio e aumenta a quantidade que você elimina deste. Um estudo indicou uma redução de 30% no risco de mulheres que consome 25 a 30 gramas de fibras por dia.

As fibras estão presentes nos seguintes alimentos: grãos integrais, cereais, leguminosas, nozes, sementes, frutas in natura(principalmente na casca) e secas e vegetais.

Ácidos Graxos Omega-3 Ou Linolênico

Pesquisas baseadas em estudos europeus mostram que mulheres que consomem mais gorduras monoinssaturadas (óleo de oliva extra virgem puro) possuem reduzidas taxas de câncer de mama. Você pode encontrar os omegas-3 em: salmão e outros peixes com alto teor de gordura.

VITAMINAS ANTIOXIDANTES

As vitaminas antioxidantes A, C e E possuem propriedades antioxidantes, ajudam a prevenir os danos as células cancerígenas provocado pelos radicais livres, moléculas liberadas na queima de oxigênio pelo organismo.

Você pode encontrar as vitaminas antioxidantes em: fígado, salmão e outros peixes de água fria, ovos, leite enriquecido, óleos vegetais, nozes, sementes, cereais e frutas cítricas como melão, frutas silvestres; pimenta, brócolis, batatas e muitas frutas e vegetais.

Esses tipos de alimentos também podem bloquear ou reverter os estágios iniciais do processo de carcinogênese e, portanto, devem ser consumidos com freqüência e em grande quantidade.

Hoje já está estabelecido que uma alimentação rica nesses alimentos ajuda, provavelmente a diminuir o risco de câncer de mama.

OS ALIMENTOS QUE PROTEGEM DO CÂNCER


O MITO DO ASPARTAME


O aspartame é um produto consumido por mais de 200 milhões de pessoas no mundo. A Associação Americana de Diabetes e o Conselho Americano de Ciência e Saúde refutam a idéia do potencial danoso do adoçante, baseando seus argumentos na falta de dados e estudos fidedignos. Em 1999, o Fórum de Discussão Científica sobre o Aspartame, promovido pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) - Ministério da Saúde, elaborou uma nota de esclarecimento afirmando que não existe qualquer associação entre a ocorrência de doenças como o câncer e o uso de aspartame. Vale a pena frisar que a dieta alimentar saudável somente funcionará como fator protetor, quando adotada constantemente, no decorrer da vida. Neste aspecto devem ser valorizados e incentivados antigos hábitos alimentares do brasileiro, como o uso do feijão e do milho

DIETA ALIMENTAR DE RISCO

Alguns tipos de alimentos, se consumidos regularmente durante um longo período, parecem fornecer o tipo de ambiente que uma célula cancerosa necessita para crescer, se multiplicar e se disseminar. Esses alimentos devem ser evitados ou ingeridos com moderação. Neste grupo estão incluídos os alimentos ricos em gorduras, tais como carnes vermelhas, frituras, molhos com maionese, leite integral e derivada gordurosos do leite, bacon, presunto, salsichas etc.

Há vários estudos que associam a dieta rica em gordura, principalmente a saturada, com um maior risco de se desenvolver o câncer, principalmente em países do Ocidente, onde o consumo de alimentos ricos em gordura é alto.

É preciso salientar ainda que as associações entre dieta alimentar inadequada e o câncer são resultantes de estudos de laboratório ou de estudos de correlação entre populações com diferentes padrões de consumo. Os estudos epidemiológicos do tipo caso- controle têm apresentado resultados muitas vezes controversos, o que se atribui a dificuldades metodológicas, como a mensuração do consumo de alimentos. Apesar da controvérsia, é recomendável a orientação para a adoção de hábitos dietéticos saudável.

O álcool em excesso inibe a utilização do beta -caroteno, que como já descrito acima protegem do câncer.

GRUPO DE RISCO

Recomenda-se que as mulheres com antecedentes familiares de câncer mamário façam consultas anuais no mínimo, particularmente quando o antecedente for na mesma geração, ou seja, uma irmã que tenha sido acometida pela doença.

No geral, as seguintes regras devem ser seguidas para se procurar o especialista pelo menos uma vez ao ano;

- Idade igual ou superior a 35 anos;
- Casos de câncer de mama na família;
- Mulheres que não tiveram filhos ou que amamentaram pouco;
- Fumantes;
- Obesas;
- Hipertensas;
- Diabéticas;
- Pessoas com dieta rica em gordura;


AUTO-EXAME


O exame das mamas pode ser efetuado pela própria mulher. O auto-exame deve ser realizado uma vez por mês. A melhor época é logo após a menstruação. Para as mulheres que não menstruam mais, o auto-exame deve ser feito num mesmo dia de cada mês, como por exemplo, todo dia 15. Na verdade, existem diversos fatores que interferem no desenvolvimento do câncer de mama por isso é realmente difícil preveni-lo. O ideal seria a adoção dos fatores protetores como os citados acima para uma melhor prevenção do câncer de mama. Uma vida saudável, com boa alimentação, rica em frutas e verduras e exercício físico, reduzirá consideravelmente a chance da instalação do câncer de mama. Lembrando-se também do auto-exame e todos os cuidados necessários para que a doença seja diagnosticada a tempo.



Fonte: Rg Nutri

quinta-feira, 25 de junho de 2009

Exposição Eu peito ! em São Sebastião


No mês de julho de 2009, a Exposição Eu peito ! mulheres que venceram o câncer de mama, estará no Teatro Municipal de São Sebastião, na Avenida da Praia.
Abertura da Exposição dia 08/07/2009 às 18:00hs

Eu Peito ! é o nome de uma exposição fotográfica diferente das que costumamos ver.
Diferente porque as mulheres retratadas não são atrizes, cantoras ou modelos famosas, porém são um exemplo de força e atitude.
Tornaram-se modelos por um dia e deixaram-se retratar sem preconceitos ou tabus, em nome de um projeto da mais alta nobreza, seriedade e responsabilidade social: o de mostrar que o câncer de mama tem cura e não se perde a feminilidade, sensualidade ou fé.
Conviver com essas mulheres maravilhosas foi um aprendizado de vida, uma alegria imensa a cada ensaio fotográfico e acima de tudo uma honra.
A essas lindas mulheres, nosso respeito, admiração e aplausos.
Edna Medici - Fotógrafa


Cristina Soares da Silva, fundadora do Grupo de Apoio Amigas do Peito de Ilhabela - GAAPI é uma das modelos dessa exposição.

Não percam !

Terapia Comunitária em Ilhabela


(Re)unir pessoas. Trocar experiências. Participar de vivências. Expandir conhecimentos e pontos de vista sobre emoções que todos nós sentimos, através de ações de inclusão social e diversidade cultural. Esses são alguns dos objetivos da Terapia Comunitária realizada em Ilhabela.

A Terapia Comunitária é caracterizada por um espaço de convivência social. Representa uma oportunidade das pessoas buscarem – e encontrarem – uma rede social de apoio. Isto, independente de idade, classe social e nível de instrução. Trata-se de encontrar um grupo social de acolhimento.

As vivências terapêuticas são baseadas em partilhar emoções que fazem parte da vida de todo ser humano. Muitas vezes, uma pessoa pode apoiar outra por ter vivenciado e encontrado solução para os mesmos problemas e pode também ser ajudado simultaneamente, uma vez que o problema do outro pode ser semelhante ao seu.

O resultado terapêutico é atingido de forma individual, mesmo diante de histórias e narrativas compartilhadas, pois todo participante sente e percebe de acordo com suas vivências pessoais. A presença e participação do outro é importante e é o referencial de apoio e das diferenças culturais. A cada encontro, é possível também observar o resultado coletivo, através das construções e produções do grupo, durante o processo de terapia.


Como funciona:


Os encontros acontecem pelo menos uma vez por mês e não há necessidade de uma freqüência contínua no comparecimento.

Cada encontro, que dura em média uma hora e trinta minutos, cumpre o seguinte formato:


- Dinâmicas de aquecimento;

- Apresentação do tema ou problemas;

- Reflexões sobre o tema;

- Conclusões.


Muitas vezes o grupo se mantém o mesmo por várias semanas, devido ao envolvimento, aos vínculos conquistados, e pela própria necessidade de apoio.


Lembre-se: a participação é gratuita!


Se desejar maiores informações e saber do próximo encontro, entre em contato pelo telefone (12) 3895 7190.


O Grupo de Apoio Amigas do Peito de Ilhabela tem participação ativa junto a Terapia Comunitária, fale conosco também amigasdopeitoilhabela@gmail.com

Terapia do Abraço


“Um abraço faz com que você se sinta bem o dia todo”, garante. Mas o verdadeiro abraço é a expressão de uma disponibilidade interior para acolher os outros com que nos encontramos pelos caminhos da vida. Uma forma simples de oferecer apoio, ajuda. É uma terapia que se baseia na criança que nos habita. No lado espontâneo, irracional, instintivo, que existe em cada um de nós. E abraçar bem é algo que se aprende.Psiquiatra americana Kathleen Keating Schloessinger
Quem tem pouca auto-estima tem dificuldade em abraçar. Para abraçar, não é preciso haver atração física. E um abraço fisicamente íntimo nunca substituirá um bom abraço terapêutico.Kathleen aconselha: “Abrace frequentemente os seus filhos, a sua mulher, o seu marido, os seus amigos. Veja como um dia cheio de abraços lhe pode trazer bem-estar, auto-estima e serenidade.


CAMPANHA DO ABRAÇO:


“Você tem um minuto para um abraço?”
Saiba o quanto um abraço é importante…Precisamos de quatro abraços por dia para sobreviver…Precisamos de oito abraços por dia para nos manter…Precisamos de doze abraços por dia para crescer…ABRAÇAR, é saudável, ajuda o sistema imunológico.Cura a depressão, reduz o stress, induz o sono, é revigorante.Rejuvenesce, não tem efeitos colaterais indesejáveis,E é nada menos, que um remédio milagroso.ABRAÇAR, é totalmente natural.É orgânico, naturalmente doce,Não contém conservantes, não contém ingredientes artificiais,É 100% integral e não engorda.ABRAÇAR, é praticamente perfeito.Não parte imóveis, não tem baterias que acabam,Não necessita de catchup periódicos,Requer consumo de energia,Não exige seguro, não exige prestações;Não poluente e é claro completamente retornáveis.

O Apoio Necessário


Frente ao diagnóstico positivo de câncer de mama, é absolutamente normal e compreensível que a paciente seja acometida por um turbilhão de sentimentos confusos. Medo, revolta, incertezas e muitas perguntas sem respostas. As reações são as mais variadas. “Não há uma reação padrão, varia de negação – ‘não é possível, você tem certeza? pode repetir o exame?’ – a indiferença, como se o que está sendo falado não fosse sobre a pessoa que ouve”, diz a mastologista Fabiana Makdissi, do Hospital A.C. Camargo. “Mas acredito que a reação mais frequente seja o silêncio seguido de choro, normalmente reprimido. Isso é preocupante, pois a partir daí não se sabe mais o que a paciente realmente ouve nem ‘como’ ela ouve, ou seja, como absorve as orientações”, explica a médica.
A notícia pode parecer terrível, mas nesse momento é preciso ter calma, na medida do possível. Ouça seu médico e tire todas as suas dúvidas sobre o que tem, qual o tratamento mais adequado e quais os passos a serem seguidos. Além de cuidar da sua saúde, você tem de estar atenta também ao seu lado emocional. O medo, a ansiedade e as inevitáveis perguntas – “Quem vai cuidar da casa, dos filhos, do marido, do trabalho? O que vai acontecer comigo? Vou perder a mama? Vou perder o cabelo? Quem vai me acompanhar, cuidar de mim? E minha família?” – podem nos afastar do que é mais importante: o tratamento. Procure ficar firme para entender o que está acontecendo, mas lembre-se de que você precisa de muito apoio e tem direito a todas as informações e orientações necessárias.
A princípio, uma conversa franca com seu médico vai clarear um pouco essa confusão inicial. Feito isso, você pode ter uma opção viável e muito indicada: procurar os profissionais disponíveis em grande parte dos hospitais que podem orientá-la e ajudá-la nessa empreitada. São psicólogos e psiquiatras especializados em oncologia. Portanto, não se intimide, isso não é um sinal de fraqueza – muito pelo contrário – e eles não são indicados para quem está “louco” ou “vai mal das ideias”. É preciso desmitificar esse conceito, ouvir o que esses profissionais têm a dizer e saber como podem te apoiar. Daniela Achette, psicóloga da Unidade de Psicologia Hospitalar do Hospital Sírio-Libanês, esclarece: “O suporte psicológico não significa um processo longo de psicoterapia e sim uma atividade que tem como objetivo trabalhar a adaptação ao tratamento e suas consequências”.
Mas qual é o melhor momento de procurar essa orientação? Não existe hora certa, cada paciente age de uma forma. Existem reações de revolta, medo e até mesmo introspecção. “As necessidades são peculiares, entretanto comuns no momento do diagnóstico, e é importante que o psico-oncologista apresente uma postura de continência que possibilite à paciente expressar seus medos e fantasias. Com isso, conceitos errôneos sobre os tratamentos e o prognóstico oncológicos possam ser trabalhados”, diz Achette. “Cada paciente é única, e orientações sobre seu quadro e os tratamentos indicados podem facilitar no processo de escolha deles”, explica.
APOIO À FAMÍLIACélia Lídia da Costa, psiquiatra e diretora do Departamento de Psiquiatria e Psicologia do Hospital A.C. Camargo, explica que nem todas as pacientes identificam a necessidade de buscar um auxilio psicológico, mas ressalta: “Mesmo sem a identificação de problemas, a busca de auxílio pode ser solicitada, e o seria com mais frequência, não fossem as ideias ainda distorcidas em relação aos tratamentos psicológicos”. E enfatiza: “O mais adequado seria que esse auxílio fosse procurado não apenas para a paciente, mas também para os familiares envolvidos”.
Quando um ente querido é acometido de uma doença como o câncer, a família deve acompanhar todo o processo. É importante dar apoio e estar ao lado sempre, mas quem cuida deve ser cuidado também. Muitas vezes os parentes não sabem como agir nem o que dizer numa hora dessas, e é muito normal que se desesperem tanto quanto o paciente. “A família tem muitas dúvidas sobre como lidar com o emocional do paciente e como poder ajudar nesse sentido”, explica Célia Lídia. “Muitas vezes, são eles que nos procuram, por acreditarem que seria seu papel garantir esse suporte e não se sentirem capacitados.” E observa: “Claro que não podem dar esse suporte, até por serem também afetados pelo problema”.
Vera Anita Bifulco, coordenadora do Departamento de Psico-oncologia do Instituto Paulista de Cancerologia (IPC), concorda com a importância do acompanhamento psicológico extensivo aos familiares: “O impacto da notícia de uma doença grave desestrutura todos os envolvidos com o enfermo, alterando a rotina familiar pela preocupação com o sofrimento de seu ente querido, pela necessidade de haver uma pessoa como cuidador e pelo estresse que esse cuidado contínuo pode causar”. No IPC, o serviço de psico-oncologia tem início antes mesmo da primeira consulta médica, acolhendo paciente e família como uma única unidade de atendimento. “Esse procedimento tem como objetivo minimizar a ansiedade de quem vai a uma consulta com um oncologista, e até maximizar o aproveitamento do paciente nesse primeiro encontro com o médico”, conta Bifulco. “Nosso foco é proporcionar uma melhor qualidade de vida ao paciente, desde a prevenção, passando pelo diagnóstico, tratamento, cura e/ou cuidados paliativos”, explica.
DE CABEÇA ERGUIDANo processo de tratamento do câncer de mama, a saúde emocional tem papel essencial e deve ser acompanhada por quem entende do assunto. Mudanças de comportamento, tristeza e depressão não colaboram e podem atrapalhar na recuperação. Otimismo, positividade e confiança ajudam muito.
Respeite o seu tempo. Você pode querer falar da doença inicialmente apenas com seus familiares, mas lembre-se de que confiança também se conquista e é possível estabelecer essa relação com o seu médico e com o psico-oncologista. Para Daniela Achette, do Sírio-Libanês, é importante que o profissional se mantenha por perto, mas sempre respeitando o silêncio e o tempo que cada uma precisa para “aprender a pedir ajuda”. E esclarece: “Geralmente, as pacientes tendem a se abrir aos poucos e elegem num primeiro momento – mesmo que não façam isso em um nível muito consciente – poucas pessoas com quem compartilhar sua vivência. O respeito ao ritmo de cada uma acaba sendo um modo muito eficiente de ajuda”.
A psiquiatra Célia Lídia da Costa, do Hospital A.C. Camargo, tem a mesma opinião: “A ajuda precisa ser oportuna. Há pessoas que lidam de forma introspectiva com seus problemas e isso deve ser respeitado. A garantia da presença do profissional em caso de necessidade é fundamental, mas também a liberdade e o respeito à individualidade”. Para ela, a confiança às vezes leva tempo: “Precisa ser aos poucos conquistada pelo psicólogo”.
Com o suporte psicológico, o enfrentamento da doença pode ser mais tranquilo, uma vez que será possível falar abertamente sobre todas as suas aflições “O câncer ainda traz um mito muito vivo de uma doença fatal, revestida de muito sofrimento e dor”, lembra Vera Anita Bifulco, do IPC. “A existência de uma equipe multiprofissional para atender paciente e família no enfrentamento do câncer facilita, e muito, para que casos mais difíceis de serem abordados tenham maior sucesso, pois o paciente se vê cuidado integralmente por uma equipe em que todos se preocupam com ele e estão à disposição para atendê-lo na urgência e na demanda que ele venha a ter.”
Assumir a doença e o tratamento é fator fundamental na busca da cura. Acredite, cuide de você por inteiro e enfrente o que vier de cabeça erguida. Você pode vencer essa luta!


fonte: Femama 18/06/2009